A única face que jamais
conheceremos é a nossa própria.
Podemos nos conhecer de
reflexos em espelhos e fotos.
Nunca nos vimos cara a cara.
“É no reflexo dos olhos da
mãe que nos vemos pela primeira vez”.
É no reflexo de todas as
nossas relações que construímos o nosso próprio senso, “quem” somos.
Mas constantemente esquecemos
essa condição de dependência.
Os espelhos nos enganam, pois
frios e vazios, só mostram a nossa vaidade envelhecendo no tempo. Na verdade só
conversamos com eles quando não queremos respostas.
Nossas relações também
enganam, ou se enganam devolvem um reflexo que passa pelos seus critérios, seus
valores, suas limitações e depois de um tempo, acabamos dependentes delas.
Influenciados criamos uma
identidade própria que enganamos a todos e até a nós próprios, mas não nossa
mãe. Ela tem um filtro no coração que apaga o tempo, e recupera a inocência.
Ela nos mostra a criança, que
realmente é o que sempre fomos se despido de outros reflexos.
Seria maravilhoso, se não
fosse utópico, se quebrássemos os espelhos, tampássemos ouvidos, e agíssemos focados
nos olhos de nossas mães.
A vida é uma professora dura, porém, muitas vezes insistente e realista.
ResponderExcluirO texto me fez lembrar do psicanalista francês Eugene Enriqués, que diz que só existimos como indivíduos pelo olhar da mãe. É através desse olhar que nos tornamos o que somos.
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