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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Ciume

Ciúme é um ciclo, começa com o amor, que se transforma em posse, posse que termina por possuir o ciumento. No inicio é a admiração, depois o envolvimento. A admiração vira apego, apego é posse. A posse elimina o respeito, o elemento fundamental da relação e provoca a ruptura do limite individual, é a invasão do alheio. Mas ao provocar a invasão, a pessoa perde o domínio do próprio limite, perde o próprio referencial, esquecendo-se de si mesma para se dedicar a controlar o outro. O ciclo agora se volta para ela mesma, pois como não percebe que controlar o outro é impossível, é possuído pelo vício da imaginação. Um imaginário constante de perda, uma vigília angustiante, uma desvalorização pessoal profunda, uma insegurança que fere que machuca. É a perseguição da emoção sobre a razão, é a fantasia dominando o senso, é a ação sobre uma falsa realidade. A posse do possuidor é o fechamento do ciclo, ou melhor, da espiral crescente que se realimenta a cada momento e inferniz

Reflexos

A única face que jamais conheceremos é a nossa própria. Podemos nos conhecer de reflexos em espelhos e fotos. Nunca nos vimos cara a cara. “É no reflexo dos olhos da mãe que nos vemos pela primeira vez”. É no reflexo de todas as nossas relações que construímos o nosso próprio senso, “quem” somos. Mas constantemente esquecemos essa condição de dependência. Os espelhos nos enganam, pois frios e vazios, só mostram a nossa vaidade envelhecendo no tempo. Na verdade só conversamos com eles quando não queremos respostas. Nossas relações também enganam, ou se enganam devolvem um reflexo que passa pelos seus critérios, seus valores, suas limitações e depois de um tempo, acabamos dependentes delas. Influenciados criamos uma identidade própria que enganamos a todos e até a nós próprios, mas não nossa mãe. Ela tem um filtro no coração que apaga o tempo, e recupera a inocência. Ela nos mostra a criança, que realmente é o que sempre fomos se despido de outros reflexos. Seria

integração

O ser humano precisa entender que ele está integrado a natureza. O grande problema atual é que ao separar a ciência da essência do ser, o homem acabou por se separar do ciclo da natureza. Explico melhor, na natureza o ciclo é perfeito, a vida tem um inicio, vai evoluindo e quando termina retorna ao seu estado original, natural, ou seja, não há resíduo, tudo é reciclado, há um equilíbrio perfeito que mantém a sustentabilidade. O ser humano por sua vez está construindo ciclos abertos, por exemplo, ele criou uma série de materiais e sistemas, baseado em conceitos e valores de vida que não favorecem a evolução em um ciclo definido, os “resíduos” ficam para serem resolvidos no futuro, ou então os prazos de degradação são tão longos e desproporcionais que irão inviabilizar os novos ciclos futuros. Se as pessoas entenderem que não é mais possível deixarem de lado sentimentos e emoções nos processos de decisão e de ação, ai então será possível reverter essa tendência e caminharmos para

Amar

Amar é a perda da razão, é a vitória dos sentidos e das emoções É se encontrar sem estar perdido e se envolver sem ter querido Encarcerar o passado abdicando do futuro para só viver o presente É fechar os olhos esquecer a mente, vagar nos sonhos, libertar as fantasias. Se transformar, se substituir, se trocar por alguém novo, diferente, menos concreto mais   etéreo. Deixar se possuir, se envolver, perder o domínio, se entregar, abrir mão de si. Viver o doce estágio de não ter que se prender nem se poupar, sem se cuidar. Amar é liberdade entre as amarras que alguém com encanto nos colocou. Dominado por esse sentimento superior, diferente, que nos eleva e nos arranca verdades e emoções escondidas que não tínhamos coragem de declarar, de assumir; expostos e ao mesmo tempo fortificados, podemos agora nos deixar levar e desfrutar do lado encantado da nossa existência. O barco está pronto, livre para partir e enfrentar as calmarias e as turbulências de nossa existência,

No tempo dos bancos escolares

Cinco anos juntos, nos bancos escolares, no auge da juventude. Sentimentos ligados, energia vibrante , éramos receptores das sensações mais profundas, conectados no tempo, ocupando os espaços, circulávamos pelo pátio, pelas ruas e bares da redondeza. Nos entendíamos, nos conhecíamos, interpretar cada gesto cada palavra era pouco, já conseguíamos antecipar os pensamentos, os desejos. Vivíamos momentos especiais, uma fraternidade, uma união sem regras, sem normas, convivíamos com harmonia. O dia passava e não percebíamos, não havia o tempo, dominávamos os espaços, vivíamos o simples, com facilidade. Contrabalançávamos a raiva e a disputa com a compreensão, com o companheirismo. Nos apoiávamos, éramos nós e os outros, as vezes contra as vezes a favor, como fazem os irmãos. As alegrias e as tristezas eram compartilhadas, as emoções repartidas. Namorávamos o mundo, desejávamos o futuro e disputávamos o presente. Brincadeiras, sorrisos, provocações, se intercalavam com as

Insonia

Suas lágrimas corriam, enquanto ela dormia Só ele sentia, ela nem percebia Seu choro desabava, enquanto ela dormia Só ele escutava, ela nem ouvia Seu lamento brotava, enquanto ela dormia Só ele se expressava, ela não se envolvia Seus lábios murmuravam, enquanto ela dormia Ele decifrava, ela não lia No fim da noite, já era dia Ela espreguiçava e ele dormia.

O Autor

Engenheiro Industrial e Pós-Graduado em Administração pela Universidade Mackenzie, MBA em Gestão de Pessoas pela FIA/USP. Coaching pela ICI- Intergrated Coaching Intitute@. Palestrante na área Motivacional e em Processos de Mudança. Consultor em Estratégias de Negócios. Conteudista, na elaboração e desenvolvimento de temas para cursos e palestras. Henrique F. Ribeiro hfribeiro15@gmail.com