Nunca mais amarei se tiver como companheira a solidão. Penso nela com ciúme de alguém imaginário que poderia roubar um suspiro, sua atenção. Ela não sabe que eu existo e morro cultivando essa ilusão. Queria estreitar o tempo, pois penso que a posso conquistar um dia. A vida vaga para algum lugar e esse lugar é a noite imensa de poesia. Fotografo o sol para remover o dia, prendo a lua para garantir a noite que me trás alegria. Mas sei que é preciso mais que um desejo para fazer virar o dia num noite. Não prego então os olhos para não perde-la um instante, já que é sua presença que me alimenta. Abraça-la é um sonho que bate palma no vazio, são meus braços sem presença, são meus lábios sem pressão. Mesmo assim algum dia ainda faço desta fantasia minha religião.
Acordo e logo cedo, surgem as inspirações.
Reflexões sobre o cotidiano, da prosa à poesia.
Espero que se inspire também!