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Mostrando postagens de junho, 2019

Ilusão

Nunca mais amarei se tiver como companheira a solidão. Penso nela com ciúme de alguém imaginário que poderia roubar um suspiro, sua atenção. Ela não sabe que eu existo e morro cultivando essa ilusão. Queria estreitar o tempo, pois penso que a posso conquistar um dia. A vida vaga para algum lugar e esse lugar é a noite imensa de poesia. Fotografo o sol para remover o dia, prendo a lua para garantir a noite que me trás alegria. Mas sei que é preciso mais que um desejo para fazer virar o dia num noite. Não prego então os olhos para não perde-la um instante, já que é sua presença que me alimenta. Abraça-la é um sonho que bate palma no vazio, são meus braços sem presença, são meus lábios sem pressão. Mesmo assim algum dia ainda faço desta fantasia minha religião.

Serenata

Em frente da janela me postei, pois dentro da casa estava minha alegria. Cantei uma canção que eu criei especialmente para ela naquele momento. Notei que o luar quando a via se desmanchava em sinfonia espalhando poesia, esperando que ela saísse para abraçá-la e oferecer seu encantamento. Nas cordas do meu violão a minha fantasia se transformava numa canção e brindava aquele momento mágico quando sua visão se postou na varanda. Mas ela não mostrou alegria, permanecia sem emoção apenas surpresa com a situação. De repente, romperam-se as cordas do violão, perdi o tom e os dedos soltos  embaralhavam  a canção.  Para salvar a situação me pus a cantar, mas não consegui evitar as lágrimas que caiam sobre meu peito e cintilavam com a luz da lua, que ao refletir no seu rosto,   parecia incomoda-la. Num instante não a vi mais no balcão, engasguei na canção, ela sumira no tempo. Mas foi minha alegria quando a vi no portão, me deu a beijo e um olhar daquele jeito. O que eu nã

O infinitesimal

O comentário mais frequente que eu ouço é que nosso planeta é considerado menor que um grão de poeira se comparado com a grandeza do Universo e o ser humano é então quase nada, uma fração infinitesimal nessa comparação. Há um desprezo, parece que estamos de favor no Universo. Minha visão porem é bem diferente. Imagine se nós não existíssemos, a pergunta seria quem então perceberia sua a dimensão, as galáxias, os planetas e tudo mais? Quem se interessaria saber, por que duas estrelas se fundem para formar uma nova, ficaria atônico ao ver uma foto de um buraco negro? Quem viria sua beleza, se encantaria com um por do sol fechando o horizonte abraçado ao mar, ou associaria um luar cintilante com o brilho dos olhos de sua amada?   Quem perceberia a noite suceder o dia, e sentisse o milagre? Quem estamparia o sol como símbolo, na bandeira de sua pátria? Quem daria a dimensão, se não fosse uma consciência, capaz de desvendá-lo, de admirá-lo, de compreendê-lo e até ama-lo? Só esse

Dilema

Homem ou Maquina. Vamos ficar cada vez  mais dependentes, vamos sucumbir? Nossa aposta é na intuição que deve se transformar no nosso diferencial e evitar total submissão. A  saída talvez  esteja no fato de que com a evolução a quantidade de variáveis complexas aumenta e mais fatores imponderáveis, como as emoções, vão sendo agregadas,e a incerteza passa então a incomodar e dificultar as decisões. Nesse nível de atuação só o senso intuitivo, que não opera na sequencia lógico, pode compor a interação, complexidade - emoção e levar a uma solução viável. Isso porque só a intuição consegue reunir o conjunto dessas alternativas e processa-las instantaneamente, e direciona-la para atender o desejo humano, ela não depende do tempo. Quem não passou por uma situação de medo, ameaçado tomou uma decisão para agir e depois não consegue entender como aqueles pensamentos todos couberam naquela fração de segundo. É que a intuição faz uma interação numa velocidade espantosa e incalculável