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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Quando

Quando o Sol se vai                 Eu me encanto com a Lua. Quando a luz se enfraquece                   Eu me revelo na penumbra. Quando o brilho se apaga                 Eu me identifico no reflexo. Quando a certeza se esvai                 Eu me seguro na esperança. Quando a virtude se perde                Eu me sustento nos valores. Quando a gloria termina                Eu percorro a minha historia. Quando a fé se extingue                Eu me lembro do perdão.   E Quando tudo parece perdido                  Eu me arrasto para você

O Relógio

A vida é um passo a passo como os ponteiros de um relógio. Os ponteiros avançam no tempo e a vida também. O ponteiro maior é o corpo, é o físico, a vida. Ele arrasta um menor que é a alma. Corre-se o dia inteiro fazendo coisas, lidando no tempo, marcando os segundos, os minutos, que se equilibram no ponteiro menor, que mantem a unidade do conjunto. Ele sente e responde a cada movimento e acompanha, indica a dimensão maior as horas. São compassos de uma música invisível, de sons e ritmos, semitonados pelas emoções, transformados em ideias e palavras expressas em sequência para formar sentido, criar condutas e abrir espaços para novo avanço.   Os compassos a cada ciclo fecham uma jornada, numa mesma dimensão e acumulam avanço sobre o tempo, tempo que envelhece e descuida da gente. Como parar o compasso, e enganar o tempo? Há muita gente tentando segurar os ponteiros, com medo das incertezas do futuro, querendo preservar o que passou, ficar na certeza do que já foi experimen

A razão deste blog estar no ar

Quando a vida nos dá a oportunidade de avançar no tempo, é que ela espera que façamos mais alguma coisa, como se ela não estivesse satisfeita com o que  até agora produzimos. Tentando não decepcioná-la criei um Blog para contar algumas passagens que vivi , algumas que observei, e muitas que inventei talvez  por não ter tido capacidade ou mesmo coragem para encará-las. Espero que com isso ela se entusiasme e me dê mais tempo na esperança de achar que poderá vir alguma coisa mais emocionante para frente. Por isso tentei caprichar e colocar o que de melhor eu soubesse. Conto com você para me ajudar, com seus comentários. Blog: www.cronicaaberta.com  Abraço

Verdade

A grande preocupação de todos nós é a verdade, ou melhor, a busca pela verdade. Queimamos muita energia nesse processo, as pessoas se desgastam, a procura vira conflito, distanciamento, uns de um lado, outros do outro. O que deveria ser algo absoluto vira relativo, o Einstein se fosse filosofo teria tido sucesso aplicando seu conceito de relatividade. É, realmente a verdade depende do observador. Ela não é absoluta, a realidade penetra em cada um como a luz que ao transpassar uma janela vai se distorcendo, se refratando, de acordo com a quantidade de ondulações, impurezas e adesivos que nela existam. Para nós a realidade tem que atravessar uma “janela” cheia de pré-juizos, preconceitos, padrões calcificados, trilhas, hábitos enraizados, que a distorce e a torna única para cada individuo. Realidade passa a ser uma questão de ponto de vista. Mesmo as mais concretas que não requerem juízo de valor, como as coisas, dependem de nossos sentidos e não é possível garantir que o tij

Indiferença

  Essa cortina transparente, chamada indiferença, que embaça nossos sentidos, essa neblina que gela a nossa mente, que nos torna cristalizados perante o sofrimento dos outros. Essa apatia apaga nossa visão e nos torna mortais limitados, enquadrados numa rotina que nos tira a imaginação, nos remete a atitudes pequenas, esquecendo a grandeza de nossa imortalidade. Voltados para as coisas materiais, removemos nossa inspiração e nos colocamos lado a lado com a miséria, desprovidos de compaixão olhamos os outros com desdém. As pessoas se tornem transparentes, invisíveis, passamos ao largo sem as ver, sem as sentir. Ignoramos suas presenças, suas histórias, com isso ignoramos a nós mesmos, evitamos a nossa presença. Nos encarar , olhar para dentro sem nos julgar, sem nos punir, tolerar nossas fraquezas e enaltecer nossas virtudes, talvez seja a forma de nos revelar, e nos compreender, momento a partir do qual elevaremos nossa grandeza, nossa alma e aí sim poderemos

O dia em que o mundo parou

Eu nem me espantei, minha memória congelou, pois o passado acabou quando ao presente se juntou. Meus pensamentos secaram quando o futuro para o presente migrou. Fiquei sem história, sem razão, sem rumo para prosseguir. Estático, não havia mais o dia e nem a noite, só penumbra. Não se via rostos, só sombras, nem corpos só siluetas. O amor que é feito de saudade e esperança acabou, e um grande vazio se instalou, nem o ódio, feito de lembranças perdurou. O ciúme, a inveja, que se alimentam das vaidades e das comparações, sucumbiu. A verdade tão desejada finalmente reinou, pois o mundo da certeza, da imobilidade, se implantou, implacável, incontestável. Tudo revelado, nossos sonhos se findaram, acabou a magia e com ela nossa existência. Com a imortalidade presente e a eternidade consciente não havia mais nada a fazer e nem mesmo rezar. Desesperado, sufocado e de sobre salto, acordei, a aos céus brindei, dando graças a linha do tempo que prossegue, apesar de no

Inação

                                                              Enquanto pensamos, ou estamos analisando fatos passados ou estamos imaginando possibilidades futuras. Esse vai e vem nos desloca do presente e dificulta uma visão clara da realidade. Sem essa clareza retardamos a ação ou simplesmente ficamos inertes esperando que as coisas se ajeitem por si só. O que fatalmente irá acontecer, porem, com resultados que podem não corresponder a nossa expectativa, ou até mesmo contrariá-las. A sensação de impotência vem da impressão de que por mais que avaliamos, usando a mente, não conseguimos obter resultados satisfatórios. E isso é explicável se considerarmos a relação entre memória histórica e memória afetiva, pois nem sempre é possível deixar de relacionar ao presente fatos que vimos ou vivemos. Não se consegue só avaliar os fatos, os sentimentos vêm juntos, destorcendo a “nova realidade”, a realidade presente. Outro ponto importante que colabora para a nossa noção de i

Descompasso

Há momentos em que a reflexão se desarticula, os controles se afrouxam e os pensamentos soltos começam um analise livre, cujo resultado dependerá do estado de espirito desse instante. Geralmente isso ocorre quando estamos deprimidos ou pressionados por resultados que não estamos conseguindo alcançar. A esperança fica eliminada e o resultado é uma fria visão do nosso entorno. Nossos sentimentos e nossa percepção vão para extremos e soam como um lamento......... O mundo se tornou um lugar estranho. Perdi o passo, sai do ritmo, não consigo encaixar. Não estou entendendo mais a música, o balanço, o compasso. Não consigo colocar os detalhes do dia em vinte quatro horas, o plano em doze meses, nem a vida numa perspectiva, num horizonte. Perdi a harmonia do tempo; me atrapalho, me embaralho, sobram coisas a fazer. A sensação de incompetência me domina, me acompanha; É um tempo que eu não domino mais e me pergunto: sou eu ou acontece com todo mundo? Sou a exceção ou sou o modelo pi

Ele e ela

Ela porta aberta Ele é prisão Ele é outono Ela, verão Ela anda no claro Ele na escuridão Ela é liberdade Ele, escravidão Ela é feliz E ele, por que não? Cada um na sua Ou na contramão Mas todos juntos No turbilhão

Sou folgado

Eu sou folgado, não ponho a mão Sou largado, não me esforço não Espero as coisas, chegarem então. Fico parado, sei que virão Safo-me sempre da confusão É meu legado, não é sonho não Tenho sucesso, sem emoção Mesmo andando na contramão Vivo feliz não é ilusão Está chateado não fique não Você também pode com uma condição Desligue a cabeça ponha o coração.

Cansei de estar só

Cansei de estar só Cansei de julgar as pessoas, de me julgar. Agora quero compartilhar. Me libertar do mundo isolado, quero invadir a privacidade dos outros, quero participar de seus lamentos, de suas dúvidas, de seus apegos. Quero me intrometer, me embriagar nos seus sonhos, me pendurar nas suas esperanças, abraçar suas lembranças, me envolver em suas paixões. Chega de só eu, quero mais, quero você, quero eles, quero nós. Por maior que sejam meus desejos, eles não são suficientes para preencher minha vida. Eu preciso do sorriso, do olhar, da ternura, da inocência dos outros. Eu preciso me ver no reflexo de alguém. Eu preciso me entregar para poder criar, para construir. Eu tenho que me que jogar na busca da coesão, do sentido e da razão, no encontro da harmonia, sem ela sou um elo solto, um traço na escuridão, uma fraca penumbra. De mãos dadas, eu percebo o mundo que me rodeia, sinto a força das pessoas, concretizo minha existência. Não estou à parte da hum

Os críticos

Há pessoas extremamente críticas, o que aconteceu para que elas não mais conseguissem fazer um elogio, perceberem um acerto. A crítica como ela vem, geralmente, após o fato ela é revestida de verdade, de constatação. Essa idéia de assertividade traz ao crítico satisfação e autoconfiança. Esse reforço o incentiva a colocar mais foco em suas observações críticas, e o ciclo se estabelece. Como o retorno é compensador,   mais se aprofunda no processo a ponto de se tornar um especialista. Passa então rotular as pessoas, as situações, ao rotular ela começa a influenciar outras pessoas, que também passam a ver as pessoas e as situações daquela forma. Chatos, incompetentes, lerdos, estigmas que facilmente se espalha. Com o tempo o crítico, confiante, começa a fazer previsões. Como temos a tendência de dar mais valor ao que não deu certo, as chances de antecipação do critico ficam elevadas. Toda a previsão negativa por ele feita, só será considerada, quando realizada, pois as q