Enquanto pensamos, ou estamos analisando fatos passados ou
estamos imaginando possibilidades futuras. Esse vai e vem nos desloca do
presente e dificulta uma visão clara da realidade.
Sem essa clareza retardamos a ação ou simplesmente ficamos
inertes esperando que as coisas se ajeitem por si só. O que fatalmente irá acontecer,
porem, com resultados que podem não corresponder a nossa expectativa, ou até
mesmo contrariá-las.
A sensação de impotência vem da impressão de que por mais
que avaliamos, usando a mente, não conseguimos obter resultados satisfatórios.
E isso é explicável se considerarmos a relação entre memória
histórica e memória afetiva, pois nem sempre é possível deixar de relacionar ao
presente fatos que vimos ou vivemos. Não se consegue só avaliar os fatos, os
sentimentos vêm juntos, destorcendo a “nova realidade”, a realidade presente.
Outro ponto importante que colabora para a nossa noção de
impotência é que vivemos em um mundo simbólico, com preocupação de simplificar,
fechar tudo num rótulo, numa imagem. Ou seja, frente à complexidade tomamos uma
parte que caiba em nosso conhecimento e ignoramos o resto.
A imagem, o rótulo não representa o todo, é incapaz de
explicar a essência. A imagem é estática o todo é dinâmico. O fluir só é obtido
com o conjunto integrado, só se consegue aderir um significado se o todo
estiver montado.
Mais uma vez a inação se estabelece, pois, para nos
aproximar da realidade, teríamos agora que juntar todos os fragmentos e esquecer
os pré-conceitos. Como isso é impossível, para superar a inação o melhor a
fazer é nos fixarmos no presente, sem fechar, sem encaixar tudo num lugar
comum. Não tentarmos enclausurar o todo numa simplificação, numa simbolização, mas
deixa-lo em aberto e buscar realizar cada etapa presente, mesmo porque a
realidade é fulgida, uma vez que o todo se renova a cada etapa vivenciada.
Assim o que importa é tomar a ação e fazer o que se
apresente, e comemorar cada descoberta, pois isso é o que nos levará mais
próximo aos resultados que almejamos.
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