Eu nem me espantei, minha memória congelou, pois o passado
acabou quando ao presente se juntou.
Meus pensamentos secaram quando o futuro para o presente
migrou.
Fiquei sem história, sem razão, sem rumo para prosseguir.
Estático, não havia mais o dia e nem a noite, só penumbra.
Não se via rostos, só sombras, nem corpos só siluetas.
O amor que é feito de saudade e esperança acabou, e um
grande vazio se instalou, nem o ódio, feito de lembranças perdurou.
O ciúme, a inveja, que se alimentam das vaidades e das
comparações, sucumbiu.
A verdade tão desejada finalmente reinou, pois o mundo da
certeza, da imobilidade, se implantou, implacável, incontestável.
Tudo revelado, nossos sonhos se findaram, acabou a magia e
com ela nossa existência.
Com a imortalidade presente e a eternidade consciente não
havia mais nada a fazer e nem mesmo rezar.
Desesperado, sufocado e de sobre salto, acordei, a aos céus
brindei, dando graças a linha do tempo que prossegue, apesar de nossos
abençoados protestos.
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