Ficamos
buscando uma ilusão chamada verdade. É uma busca inútil.
Sua duração
seria pequena, pois ao abraça-la nossos apegos e pré-conceitos se misturariam e
a modificariam.
A verdade é
um instante que se esconde entre duas certezas opostas, em uma ação transitória.
Na transitoriedade perde a limpidez, o concreto, se rarefaz, se expande e
permite uma nova visão.
Ao desfazer
as certezas cria-se a dúvida e a duvida abre espaço para a visão, que pode nos
levar a verdade enquanto ainda estamos segurando
a intervenção de nossos conceitos.
Ela é como
uma penumbra, presente na passagem entre o claro o escuro, quando estes se revezam , criando a
instabilidade. Uma passagem que nos acena e nos abandona, na próxima abordagem.
Durante esse
lampejo, essa fração de tempo, encontramos a verdade, mas logo nossos antigos conceitos,
ao se misturarem com ela, a transformam e a deformam.
A busca pela verdade resulta então, em ACHAR
NOSSA VERDADE. Relativizamos a verdade, passamos a trata-la como nossa, e consequentemente
surge a dele, as dos outros, e ela se desmancha nesse atoleiro.
E a verdade? Que verdade? Só existe a nossa.
A busca virou
uma disputa e como toda disputa o que interessa é a vitória, isso quando se
trata dos outros, agora quando é conosco,
então a luta é angustiante dentro de nós com o que carregamos: nosso passado, nossos
valores, nossos medos, nossas limitações.
Talvez o
propósito de nossas vidas seja esse, correr atrás da verdade, uma meta sem fim,
na esperança de sepultar angustia.
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