Pular para o conteúdo principal

Escolha


Vivemos num mundo dual, um real e um imaginário, que andam juntos,as vezes se complementam, mas muitas vezes são antagônicos  e temos que fazer escolha e isso não é fácil.
A escolha é como um peso se deslocando encima da tábua de uma gangorra. Colocar esse peso numa posição cujo resultado seja bom seria fácil se tudo na vida fosse racional, matemático, não houvesse o emocional, e se todos nós combinássemos em agir usando esse critérios. Eles nos levariam a certeza. Tudo seria simples utilizando a razão, ou seja tivessem o mesmo efeito para a mesma causa. Mas não é o que acontece, uma peça teatral, um filme, uma música, uma palavra, podem ter varias saídas e gerarem emoções diferentes.
O peso de uma escolha está na forma de como encaramos as situações, como criamos as expectativas, como as justificamos.
Nosso olhar, nossa percepção, nossos valores podem considerar a mesma escolha como positiva ou negativa. Cada pessoa pode vê-las de forma que sejam um fardo ou um fato, uma passagem ou uma viajem. Uma oportunidade ou não, dependendo de seus credos, apegos, limitações.
A diferença entre o otimista e o pessimista está na forma de encarar os acontecimentos, alias os mesmos acontecimentos.
Bem conhecida da psicologia positiva, o pessimista , ao contrario do otimista acha que uma escolha é definitiva, vai durar para sempre, deixa abranger todas as áreas de sua vida. 
Frente a tantas variáveis, tantas incertezas, oque é visto como correto hoje  poderá  mudar com os valores de amanhã, penso  então que o importante é seguir o que o nosso coração pede. Acho que assim estaremos mais perto de acertar e aliviar o peso de uma escolha, pois estaremos mais próximo de nossa condição humana.



Comentários

cansei de estar so

A verdade nua e crua

Um conto antigo “A verdade saindo do poço” nos conta, resumidamente, que a verdade e a mentira se despiram para banhar-se num poço. Sorrateiramente a mentira saiu, sem que a verdade percebesse , vestiu as vestes da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do poço ficou nua e crua, pois se recusara a vestir as roupas da mentira. Mas na realidade quem veste a mentira são as pessoas, quem conta pela primeira vez, sabe que é mentira, mas as pessoas com o desejo de que aquela mentira seja verdade a disfarça e a alimenta. Dizer que uma mentira dita muitas vezes se torna verdade é exatamente a manifestação desse desejo. A mentira permanece, e o desejo se concretiza. Como no mundo as aparências predominam, as vestes, o melhor os desejos escondem a mentira para que só se perceba a crosta que a encobre. O emissor é esquecido, o conteúdo é diluído ao longo do trajeto e as vestes se fortalecem com novas camadas e assume o conteúdo, o desejo é sempre o elemento mais forte de realidade. A ...

Reflexos

A única face que jamais conheceremos é a nossa própria. Podemos nos conhecer de reflexos em espelhos e fotos. Nunca nos vimos cara a cara. “É no reflexo dos olhos da mãe que nos vemos pela primeira vez”. É no reflexo de todas as nossas relações que construímos o nosso próprio senso, “quem” somos. Mas constantemente esquecemos essa condição de dependência. Os espelhos nos enganam, pois frios e vazios, só mostram a nossa vaidade envelhecendo no tempo. Na verdade só conversamos com eles quando não queremos respostas. Nossas relações também enganam, ou se enganam devolvem um reflexo que passa pelos seus critérios, seus valores, suas limitações e depois de um tempo, acabamos dependentes delas. Influenciados criamos uma identidade própria que enganamos a todos e até a nós próprios, mas não nossa mãe. Ela tem um filtro no coração que apaga o tempo, e recupera a inocência. Ela nos mostra a criança, que realmente é o que sempre fomos se despido de outros reflexos. Seria ...