Sentado no
banco da praça de costas para o sol, com os cotovelos apoiados nos joelhos,
pensativo, vi minha sombra projetada no chão e comecei um dialogo surdo com
ela.
É fácil ser
sombra, não sente frio nem calor, sede ou fome, não ouve nem fala não importa
o que aconteça , está indiferente a tudo, não sofre.
É aí que você se engana, retrucou. Eu
não tenho independência, não sou livre. Na verdade eu sou um complemento e com muitas
desvantagens. Eu participo de seus sofrimentos sem poder derramar uma lágrima, das
coisas boas sem o gargalhar de suas alegrias, de seu sucesso sem ouvir os
aplausos. Eu sou companheira e não ouço sua voz.
É um silenciar incomodante, passivo e
angustiante. Você ainda se lamenta.
E quando a penumbra se apresenta ela
me apaga, eu não mais participo.
Eu nunca estou presente onde o amor se
completa.
Levantei
depressa em direção à sombra de uma arvore, lá eu sabia que não precisaria dar
a resposta.
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