Pular para o conteúdo principal

O Medo



Há dois tipos de medo.
Os externos que nós os enfrentamos com o instinto, essa dávida que, ignorando nossos preconceitos e nossa razão, age incondicionalmente nos fornecendo a adrenalina suficiente para enfrentar ou correr.
Os internos, cujos limites deveriam apenas nos condicionar ao convívio coletivo, e que acabaram ampliados pela sociedade em busca de poder e do domínio de uns sobre os outros.
As pessoas foram sendo subjugadas por preconceitos e regras que as enclausuraram mentalmente e como conseqüência sua capacidade evolutiva estagnou.
Acuadas substituíram a precaução pela preocupação e a expectativa pela ansiedade.
Elas deixaram que o medo as paralisasse e se entregaram ao “conforto” da mesmice, da rotina.
O medo, que desde a criação, nos fora oferecido para proteger, garantir nossa subsistência agora nos sufoca e nos inibe.
Medo de mudar, medo do desconhecido, medo de arriscar, medo de se soltar, medo de ser verdadeiro.
A curiosidade foi sufocada pelo raciocínio do benefício imediato do, não vale apena, é trabalhoso, está bom como está, isso não vai dar certo e tantas outras manifestações que reduziram nossa vontade de descobrir o novo.  
Limitado nesta dimensão de espaço e tempo pelo medo, perdemos a oportunidade de explorar outras novas, além daquelas que os nossos cinco sentidos permitem, esquecemos que temos outras capacidades sensoriais, que nos possibilitam ir além.
O medo é tamanho que não mais lembramos nosso lado ilimitado, nossa dimensão maior fora do corpo físico.
Nossos recursos de intuição e sensibilidade ficaram bloqueados no limites finito em que vivemos e deixamos de recorrer ao nosso universo interior, atemporal, não espacial, onde realmente podemos trabalhar nossa evolução.
Nesse templo, nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossas emoções se expandem e nossa criatividade aparece rompendo o cotidiano para permitir, nosso mergulho num mundo maior de conhecimento infinito
Ousar é a palavra, romper as barreiras que o medo nos impõe, para ir além e expandir nossa consciência.
Porem, nossa maior barreira ainda é o medo da morte, frente à grande interrogação, nos acovardamos, esquecendo que ela não é o fim, mas o começo, o começo da viagem que todos faremos para nos juntar novamente.




Comentários

cansei de estar so

A verdade nua e crua

Um conto antigo “A verdade saindo do poço” nos conta, resumidamente, que a verdade e a mentira se despiram para banhar-se num poço. Sorrateiramente a mentira saiu, sem que a verdade percebesse , vestiu as vestes da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do poço ficou nua e crua, pois se recusara a vestir as roupas da mentira. Mas na realidade quem veste a mentira são as pessoas, quem conta pela primeira vez, sabe que é mentira, mas as pessoas com o desejo de que aquela mentira seja verdade a disfarça e a alimenta. Dizer que uma mentira dita muitas vezes se torna verdade é exatamente a manifestação desse desejo. A mentira permanece, e o desejo se concretiza. Como no mundo as aparências predominam, as vestes, o melhor os desejos escondem a mentira para que só se perceba a crosta que a encobre. O emissor é esquecido, o conteúdo é diluído ao longo do trajeto e as vestes se fortalecem com novas camadas e assume o conteúdo, o desejo é sempre o elemento mais forte de realidade. A

Mancha d´agua

Magoa é um vaso quebrado que se pode colar, mas não se recompõe o original. Toda tristeza guarda no peito de quem sofre uma magoa que se apaga, mas não se dissolve, é como uma mancha d’água. É só uma pequena lembrança da causa e ela se instala novamente. O que fazer para minimizar seu efeito? O remédio é a substituição, sim substituir os elementos da causa por algo maior que cubra a marca tornando-a invisível. É bem conhecido que: para curar a perda de um amor é substituir por outro.   Mas esse outro terá que ser maior , que roube o impacto do antigo, que inverta o sentido do outro. É cobrir, colando um adesivo, costurando uma nova estampa. Bordando um novo desenho. Afogar as magoa. T ambém não resolve , elas boiam. Tem que ser algo para fixar no fundo, uma ancora. É cobrir um passado que incomoda, com um novo desejo, uma nova esperança. A esperança cria expectativa, cobre com um manto o rancor, apaga a tristeza, esvazia o sentimento de perda que a acompanha. A