A vida, com
o tempo, vai se transformando numa passagem de representação, vamos nos
transformando de protagonista à
espectador.
Esse
atributo, embora disponível, não é acolhido, nem percebido por todos.
Hoje eu mais
observo que atuo, ou melhor, mesmo atuando eu ainda sou um espectador. É interessante
agir e ao mesmo tempo observar a cena.
É estranho se
colocar parcialmente dentro e parcialmente fora do contexto.
Participa-se,
mas observa-se o comportamento dos outros também , como cada um age , atua, se
desenvolve, se empenha em seu papel.
A cada
situação é como houvesse um escript
emocional conhecido.
Você está
vivendo seu papel com a nítida percepção do que está acontecendo no geral.
Você se vê
um diretor ao comparar os papeis, pois as cenas vão se desenrolando e você vai
analisando o comportamento, a atitude, postura, o dialogo e não é tomado de
surpresa pela emoção que esta sendo gerada pelos participantes. Depois de algum
tempo observando tem-se a impressão de que a proposta emocional parece encaminha,
como um dejá vue. Não importa o
resultado prático do encontro, o
emocional parece conhecido, pois já se sabe como cada participante vai sair emocionalmente
desse acontecimento. A cena fecha com exaltados, frustrados, satisfeitos,
desolados, convencidos, encabulados, como já prevíamos que cada um iria
terminar. Sentimentos que guardarão provavelmente para um próximo encontro.
É como se estivéssemos
num ponto elevado vendo o todo se desenrolar. Você não foca só o seu dialogo
com o seu interlocutor, você percebe a intenção de todos e as razões porque as
pessoas estão agindo daquela maneira.
E como é
estranho e difícil de explicar. As passagens pelos atos parece caminharem para
um resultado emocionalmente esperado.
Ajuda-nos a
entender se pensarmos que o entusiasmo do jovem de hoje não é diferente,
emocionalmente falando, dos jovens anteriores, e que o cuidado e o senso das
pessoas de meia idade também é conhecida.
Os diálogos mudam, as frases também,
incorporando os termos atuais, não o conteúdo emocional que permanece.
A sucessão
de cenas vai se alinhando para um estado comportamental já conhecido, se o
observador conseguir se abster de julgar. É necessário um estado de consciência
plena da situação, para que seu controle emocional não se envolva.
É ciclar na participação e no envolvimento, e passar a
ver o contesto e os comportamentos, como se tivesse assistindo um filme.
É revelador,
é surpreendente. Você passar a se sentir seguro no contexto e dominante em suas
ações. Sua contribuição como mediador então, se for ocaso, pode ser relevante
para o grupo .Faça a experiência é gratificante.
Depois me
conte.
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