Pular para o conteúdo principal

Brincar o Carnaval



Pode ser um pouco de saudosismo acha que o carnaval era um retorno à infância, era uma brincadeira por isso mesmo ela se realizava nas ruas, nos salões, para brindar a inocência. Um gosto de saudade que era possível se transformar em realidade por três dias.
Pensar que as fantasias pinçadas nos contos de fadas, nas obras de teatro, no circo. Fadas, Pierrôs, palhaços e até o simpático malandro do morro da calça branca e camisa listrada compunham um cenário simples, mais verdadeiro.  
Que as escolas de samba se contentavam em contar a nossa historia e sonho de sermos rei, princesa ou rainha por um dia.
Mas parece evidente que hoje com a inocência relegada, impera um cenário sexo, poder, desafio, confronto, protesto e auto exibição.
O espaço se apresenta mais como uma disputa onde todos querem ocupar. A droga, o álcool, o assalto, acompanham o cortejo.
Fica a impressão que tudo isso se alterou, nossos sonhos de criança foram sufocados porque a inocência foi reduzida e que deixamos de ser criança tão cedo que não mais conseguimos dela lembrar.
Saudamos os heróis de hoje que já aparecem lutando com super poderes e os valores são: a vitória, a conquista, o domínio.
Brincar o carnaval então ficou no passado, agora é disputar no carnaval.
As armas: sexo, assalto, drogas, violência.
Vale a pena participar ?

Comentários

cansei de estar so

A verdade nua e crua

Um conto antigo “A verdade saindo do poço” nos conta, resumidamente, que a verdade e a mentira se despiram para banhar-se num poço. Sorrateiramente a mentira saiu, sem que a verdade percebesse , vestiu as vestes da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do poço ficou nua e crua, pois se recusara a vestir as roupas da mentira. Mas na realidade quem veste a mentira são as pessoas, quem conta pela primeira vez, sabe que é mentira, mas as pessoas com o desejo de que aquela mentira seja verdade a disfarça e a alimenta. Dizer que uma mentira dita muitas vezes se torna verdade é exatamente a manifestação desse desejo. A mentira permanece, e o desejo se concretiza. Como no mundo as aparências predominam, as vestes, o melhor os desejos escondem a mentira para que só se perceba a crosta que a encobre. O emissor é esquecido, o conteúdo é diluído ao longo do trajeto e as vestes se fortalecem com novas camadas e assume o conteúdo, o desejo é sempre o elemento mais forte de realidade. A ...

Reflexos

A única face que jamais conheceremos é a nossa própria. Podemos nos conhecer de reflexos em espelhos e fotos. Nunca nos vimos cara a cara. “É no reflexo dos olhos da mãe que nos vemos pela primeira vez”. É no reflexo de todas as nossas relações que construímos o nosso próprio senso, “quem” somos. Mas constantemente esquecemos essa condição de dependência. Os espelhos nos enganam, pois frios e vazios, só mostram a nossa vaidade envelhecendo no tempo. Na verdade só conversamos com eles quando não queremos respostas. Nossas relações também enganam, ou se enganam devolvem um reflexo que passa pelos seus critérios, seus valores, suas limitações e depois de um tempo, acabamos dependentes delas. Influenciados criamos uma identidade própria que enganamos a todos e até a nós próprios, mas não nossa mãe. Ela tem um filtro no coração que apaga o tempo, e recupera a inocência. Ela nos mostra a criança, que realmente é o que sempre fomos se despido de outros reflexos. Seria ...