Os propósitos
são diferentes.
Eu prefiro a
noite, a claridade muda o tom, muda o conteúdo. Os olhos fechados entendem a
alma que não tem portas e nem janelas ela é transparente, vê o mundo e tudo vê.
Os sonhos de
dia são mais reais e concretos e tem mais lógica, e criam uma obrigação de realização
e uma frustração se isso não acontecer.
Nos sonhos noturnos, fantasmas, bruxas,
duendes, seres da noite, não suportam a claridade, por isso invadem nosso pensamento,
quando estamos desligados, adormecidos, para nos levar junto a eles a uma aventura
inesperada.
As figuras
da noite são mais ousadas, elas cantam, dançam, somem, reaparecem e se
transformam em personagens que aliviam nossa existência. Trabalham nossos
significados, complementam nossas angustias, sofrem por nós, se alegram como
nós, se emocionam com a gente.
À noite o
destino não nos persegue, estamos soltos, não há limite, censura,
constrangimento, nada se impõem, nem mesmo a nossa vontade. Choramos, rimos, gememos,
acordamos de sobressalto. Não importa se esquecemos ou se lembramos, a aventura
foi vivida num imaginário mais que real. Confessáveis ou inconfessáveis, elas marcam, elas impressionam. Elas se transformam em estórias que recontamos ou em segredos
que não declaramos. Somos mais humanos.
Somos sempre arrastados a cumprir as aventuras,
mas com um preço.
À noite o
sonho é o nosso dono.
Boa noite
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