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A Estação


A Estação é um lugar onde as emoções disputam o espaço. A esperança e o desalento se alimentam com chegadas e partidas.
Brilho nos olhos e lagrimas anunciam o destino de cada um.
Há gente se juntando, se separando num baile sem músicas, de ritmos variados, apressados, lentos, desorientado, num vai e vem sem cadencia.
A Estação não se guia pelas horas, seu tempo são as chegadas e as partidas, são choros e lagrimas são sorrisos e tensões que contam.
Ela se veste de dia e noite para enganar o tempo, mas o que vale mesmo são as batidas e pulsações de corações alegres ou angustiados que circulam dentro dela numa marcha sem compasso, num vai e vem interminável de pessoas se abraçando ou se isolando, de expressões não planejadas de sentimentos de paixão e esperança.
Os elementos decorativos, os painéis luminosos são cenários para embalar a alegria e tristeza que se juntam num teatro de expectativas e decisões. Ali a vida continua ou pode mudar. Ali tudo começa ou termina.
Na Estação da vida só o embarque é conhecido.

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cansei de estar so

A verdade nua e crua

Um conto antigo “A verdade saindo do poço” nos conta, resumidamente, que a verdade e a mentira se despiram para banhar-se num poço. Sorrateiramente a mentira saiu, sem que a verdade percebesse , vestiu as vestes da verdade e sumiu. Quando a verdade saiu do poço ficou nua e crua, pois se recusara a vestir as roupas da mentira. Mas na realidade quem veste a mentira são as pessoas, quem conta pela primeira vez, sabe que é mentira, mas as pessoas com o desejo de que aquela mentira seja verdade a disfarça e a alimenta. Dizer que uma mentira dita muitas vezes se torna verdade é exatamente a manifestação desse desejo. A mentira permanece, e o desejo se concretiza. Como no mundo as aparências predominam, as vestes, o melhor os desejos escondem a mentira para que só se perceba a crosta que a encobre. O emissor é esquecido, o conteúdo é diluído ao longo do trajeto e as vestes se fortalecem com novas camadas e assume o conteúdo, o desejo é sempre o elemento mais forte de realidade. A ...

Reflexos

A única face que jamais conheceremos é a nossa própria. Podemos nos conhecer de reflexos em espelhos e fotos. Nunca nos vimos cara a cara. “É no reflexo dos olhos da mãe que nos vemos pela primeira vez”. É no reflexo de todas as nossas relações que construímos o nosso próprio senso, “quem” somos. Mas constantemente esquecemos essa condição de dependência. Os espelhos nos enganam, pois frios e vazios, só mostram a nossa vaidade envelhecendo no tempo. Na verdade só conversamos com eles quando não queremos respostas. Nossas relações também enganam, ou se enganam devolvem um reflexo que passa pelos seus critérios, seus valores, suas limitações e depois de um tempo, acabamos dependentes delas. Influenciados criamos uma identidade própria que enganamos a todos e até a nós próprios, mas não nossa mãe. Ela tem um filtro no coração que apaga o tempo, e recupera a inocência. Ela nos mostra a criança, que realmente é o que sempre fomos se despido de outros reflexos. Seria ...