A vida é uma
sequencia de problemas a serem resolvidos, assim quando uns são solucionados
outros aparecem para manter o fluxo.
Mas onde
está a felicidade, então? Parece-me que
está nos intervalos.
Buscando uma
imagem de felicidade eu me lembro dos recreios da minha infância correndo para
o pátio deixando tudo na sala de aula, para desfrutar desse intervalo.
Pelo tamanho
da algazarra, da correria, dos sorrisos posso afirmar que esses momentos eram
de plena felicidade. Valorizávamos os intervalos, enchíamos a vida com eles.
Mas por que
não ocorre agora? Porque é tão raro? O que mudou?
É que
naquela idade nos tínhamos um fator ao nosso lado, a inocência.
A inocência
de não pré-julgar, não se apegar. Ela nos dava a condição de esquecer tudo
naqueles instantes, nada era mais importante.
Mas será que
ainda podemos recupera-la?
Acho que não
totalmente, mas podemos nos intervalos dos problemas, provocarmos um hiato de consciência
e deixarmos de lado a racionalidade que nos faz julgar, avaliar, prever, etc. e
nos entregarmos, como as crianças, ao mundo delicioso das emoções.
Não é uma
tarefa fácil, nossos pés estão fixados, há pesos nas pernas, no corpo, nos
braços, na cabeça, que impedem de libertar o coração.
O coração de
criança era pequeno e só cabia a alegria, ele foi crescendo e em vez de mais
inocência colocamos mais racionalidade, menos prazer e mais responsabilidade e desequilibramos
os conteúdos.
Hoje adultos
ele pende para o lado esquerdo do nosso cérebro, espremendo o direito,
sufocando a emoção, comprimindo a alma, enfraquecendo nossa ligação fora da
caixa
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