Se as pessoas não se dão de verdade os relacionamentos ficam falsos e não duram.
Normalmente doamos as nossas sobras, o excedente, ou aquilo
que não nos serve mais, não tem mais utilidade.
A questão é que muitas vezes fazemos o mesmo com nossos
relacionamentos. Não nos entregamos ao nosso parceiro, nem para nossos filhos e
amigos.
Nossa presença é vaga. Brincamos com nossas crianças com o celular na mão, distraídos, desviados, uma falsa presença. Visitamos parentes quando sobra tempo, quando não temos outra coisa programada, lembramos de nossos amigos só quando deles precisamos. Nossas reuniões presencias se tornaram falsas, na verdade uma reunião de celulares que nem conversam ente si. Uma presença ausente.
Continuamos doando “esmolas”, saldos, não focamos nossas
relações como prioridade dando o melhor de nós mesmos, não interrompemos nada, não
invertemos nossas prioridades para encaixa-las, essas ações são as últimas de nossa lista. Alegamos
que não temos tempo, uma velha e desgastada mentira, pois ter tempo para alguma
coisa é uma questão de prioridade. Não é que não temos tempo, é que não é
importante o suficiente para coloca-las nas nossas primeiras prioridades. Quando
é importante para nós o tempo aparece.
Veja o quanto valorizamos
quando percebemos que alguém interrompe algo para nos dar atenção. Se vale para nós deve valer para os outros.
E mais ainda, a vida moderna, a tecnologia, nos acelerou, encurtou nosso tempo e está consumindo também as nossas sobras, temo que nem elas será possível mais doar, o que torna nosso horizonte de relações preocupante, um campo fértil para psicólogos e psiquiatras.
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