Se um dia tivermos que ser julgados este não será pelo que fizemos, mas sim pelo que imaginamos, pelos segredos que não quisemos ou não pudemos externar.
A imaginação
é quase uma realidade, ou melhor, é uma realidade interna que pode não ter
valor pratico, mas tem valor ético, moral, que sempre a acompanha.
É por aí que
seremos avaliados, ódio, vingança, ciúme, e quase todos os pecados são
desatados, desabafados no imaginário.
Ainda bem
que nem tudo que pensamos se realiza, esse intervalo entre o desejo e a possibilidade
de realização muitas vezes nos salva de praticarmos algo que depois nos arrependeríamos.
Muitos pensamentos
são como um vulcão, coisas guardadas, remoídas se fundem e de repente
explodem, trazendo resultados que muitas vezes não esperávamos, se quer imaginávamos.
O lado
cinza, o campo neutro onde praticamos esse jogo sem regras, sem juiz, sem leis,
esse lugar, um solo aberto sem limites onde podemos vestir todos os mantos da inocência
ou da crueldade para realizar nossas fantasias é o local reservado para
praticarmos nosso livre arbítrio da concepção, para aplacarmos os desejos da
alma e da mente. Realizara-los ou não é indiferente, eles já estão concretos em
nossa mente.
Guardados ou
praticados são eles que se prestam ao exercício do juízo, pois a decisão de concebe-los
é sempre nossa.
Se não realizamos,
se não for do tamanho que caiba em nossa realidade, jogamos para a nossa gaveta
de frustações. Se forem proibidos, nossa moral é que vai designar o destino.
O que
alimenta a imaginação é a nossa história, é o caminho já percorrido, as experiências,
as relações, nossos medos, angustias e esperanças.
É num pote com
essa mistura que construímos nossos desejos. Mergulhar nesse caldo é da natureza
humana e os resultados podem ser surpreendente. O tempo que se permanece nele é
que nos diferencia, porque a imaginação é a fuga da rotina escravizante.
A Imaginação
é realmente nossa plena liberdade, mesmo que não se queira, mesmo que não se
deva.
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