Ciúme é um ciclo, começa com o amor, que se transforma em posse, posse que termina por possuir o ciumento. No inicio é a admiração, depois o envolvimento. A admiração vira apego, apego é posse. A posse elimina o respeito, o elemento fundamental da relação e provoca a ruptura do limite individual, é a invasão do alheio. Mas ao provocar a invasão, a pessoa perde o domínio do próprio limite, perde o próprio referencial, esquecendo-se de si mesma para se dedicar a controlar o outro. O ciclo agora se volta para ela mesma, pois como não percebe que controlar o outro é impossível, é possuído pelo vício da imaginação. Um imaginário constante de perda, uma vigília angustiante, uma desvalorização pessoal profunda, uma insegurança que fere que machuca. É a perseguição da emoção sobre a razão, é a fantasia dominando o senso, é a ação sobre uma falsa realidade. A posse do possuidor é o fechamento do ciclo, ou melhor, da espiral crescente que se realimenta a cada momento e inferniz...
Acordo e logo cedo, surgem as inspirações.
Reflexões sobre o cotidiano, da prosa à poesia.
Espero que se inspire também!